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segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Shinozuka-san 

Esta manhã, à espera da luz verde num semáforo da Concorde, imobilizado no alinhamento perfeito da recta que ligava a Madeleine e o obelisco de Luxor a uma manada de japongas fotografómanos (pleonasmo), em plena linha de tiro entre o caçador e a presa, comecei a fazer contas de cabeça. Depois de um ano a viver no centro de Paris, estimo que haja pelo menos desassete vezes mais fotografias minhas em casas de estranhos no Japão do que em casa da minha família. A minha modesta contribuição para a economia francesa não tem nada a ver com trabalho, a minha parte faço-a cuidando sempre de transportar a baguete debaixo do sovaco, de forma a satisfazer as expectativas dos turistas que sustentam esta cidade.

[De volta a Yokohama, numa casa de cartão sem mesas onde anda tudo de roupão, meias e chinelo, a família Shinozuka senta-se no chão à volta de chá verde, peixe cru, arroz-argamassa e quinze quilos de fotografias do fim-de-semana do patriarca em Paris]

Senhor Shinozuka: Aaaqui Toreiferu, muuuito gurande.
Senhora Shinozuka: Uoooóóóó!

Senhor Shinozuka: Aaaqui loja de maras Iruizo Vuitton nos Xamupêrisê, muuuito fino.
Senhora Shinozuka: Uoooóóóó!

Senhor Shinozuka: Aaaaqui furancêsu típico com baguete-san debaixo do sovaco, muuuuuito feio.
Senhora Shinozuka: Uoooóóóó!

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