quinta-feira, outubro 16, 2003
Global Navigation System
Gosto do Palais de Tokyo porque por fora é um monumento a tresandar a fascismo imperialista colonialista decadente, por dentro é um enorme armazém anárquico ocupado por jovens artistas contemporâneos (não fossem eles contemporâneos não poderiam ocupar o armazém anárquico).
O restaurante e o bar renunciam ao supérfluo mas também à esterilização minimalista, adoptando a postura despojada mas cheia de vida da arte num período de crise. Excepto nos preços, porque é Paris. (Em Português: come-se caro em pratos de plástico reciclado).
Vi uma exposição muito catita no Palais de Tokyo. Já foi há mais de um mês, só falo dela agora que já acabou para ter a certeza absoluta que mais ninguém lá vai. Chamava-se Global Navigation System e anunciava a fusão entre as artes plásticas e os sistemas de representação da informação, a topologia antes de todos: o género de coisa que agrada a admiradores de Borges e eleva a níveis obscenos de satisfação intelectual os fanáticos de Pynchon.
Esta exposição estava cheia de coisas interessantes que serão tema das digressões fastidiosas e inconsequentes em que me lançarei nos próximos posts, numa tentativa de afugentar os poucos internautas que venham parar a esta Baguete, principalmente os que o fazem lançando no Google a busca "et pluribus unum águia catedral benfica é o maior olé olé". Xô!
Nota: Os que vêm à procura de "sexo grátis pretas gordas" ou "meninas sugadores"(sic) são naturalmente bem-vindos. Não quero cá é pessoas que chegam ao Google e lhe perguntam, como se estivessem a falar com o padre, "como pode arrumar motivação uma pessoa triste para ficar satisfeito e continuar lutando?". (Eu sugiro pretas gordas ou meninas sugadores.)